Bebê sofre corte na cabeça em cesárea e precisa de 14 pontos: "Só consegui ver meu filho no dia seguinte" | CONFIRA



O nascimento de um filho costuma ser um dos momentos mais especiais da vida dos pais, cheio de expectativa e emoção. Mas, para a cabeleireira Francine Pereira de Alcântara, 34, de Itapevi, São Paulo, o parto foi marcado por lembranças traumatizantes. Ela precisou fazer uma cesárea e, durante a cirurgia, seu bebê, Heitor, sofreu um corte na cabeça pelo bisturi e precisou levar 14 pontos. "Escutamos um choro forte, fora do normal", recorda, em entrevista exclusiva à CRESCER.


Heitor sofreu corte na cabeça durante cesárea — Foto: Arquivo pessoal

A gravidez de Francine correu bem, sem nenhuma complicação grave. "Eu tive uma gestação esperada, sem intercorrências, um pré-natal tranquilo, com todas as consultas e exames em dia. Uma gestação super acompanhada", afirma.

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Então, em 10 de maio, a bolsa rompeu e ela foi para o hospital. "Perto das 10h, fui atendida por uma médica plantonista, que realizou exames para medir pressão arterial, saturação, além de cardiotocografia exame de toque. Tudo tranquilo, sem correria", lembra. Após os exames, ela foi informada que, por já ter passado por duas cesáreas, o mais seguro era realizar uma nova cirurgia. Então, ela foi internada e começou a se preparar para a cesariana.


Enquanto esperava, uma segunda médica se apresentou, dizendo que faria seu parto. "Às 11h30 fui conduzida ao centro cirúrgico. Com tranquilidade, sem dor. Chegando lá, fizeram todos os procedimentos normais e aguardaram meu esposo se trocar", afirma.

'Só consegui ver meu filho no dia seguinte'

No bloco cirúrgico, um terceiro médico se apresentou, explicando que acompanharia a outra médica. "Iniciaram a cirurgia, aparentemente tudo estava tranquilo. Escutamos o choro do Heitor às 11h58. Um choro forte, fora do normal! Meu esposo chegou a comentar: 'Nossa, como ele tem o choro forte', porque nesse momento ele já tinha sido cortado", lamenta.



"O médico veio até nós para dizer que teria feito uma ruptura com a pressão da mão ao tirar o Heitor de dentro de mim, dizendo que era algo superficial, que três a quatro pontos 'resolveria o problema'", acrescenta. Ao ouvir essas palavras, Francine e o marido entraram em desespero. "Eu, ainda aberta na mesa de cirurgia, comecei a tremer e passar muito mal. Não me trouxeram meu filho para eu ver. Eu não o vi em momento nenhum", conta.



Apenas o seu esposo foi chamado pelo pediatra para ver o corte, que estava sangrando e parecia fundo. "Nesse momento o centro cirúrgico ficou calado, todos de cabeça baixa", recorda a mãe. Em seguida, Heitor foi levado para a UTI Neonatal e, durante à tarde, às 15h45, levou 14 pontos na cabeça. "Eu só consegui ver meu filho no dia seguinte pela manhã, porque passei muito mal e desmaiei", diz.

Segundo Francine, inicialmente não tiveram uma explicação do hospital do que havia ocorrido. "Passamos dois dias no silêncio total. Em 12 de maio, me chamaram para conversar e explicaram que sentiam pelo ocorrido, mas que o médico não teve culpa e que isso é um risco eminente de uma cesariana", destaca.


Heitor precisou de 14 pontos — Foto: Arquivo pessoal

'Que a história do Heitor sirva de alerta'

A mãe afirma que tiveram um bom apoio do hospital para a recuperação do Heitor. "Graças a Deus, nos nove dias em que ele esteve no hospital, foi muito bem acolhido e cuidado pela equipe de enfermagem e médicos do Núcleo Neonatal do hospital. A recuperação dele foi excelente", ressalta.


Heitor atualmente — Foto: Arquivo pessoal

Hoje, o pequeno já completou três meses de vida e está muito bem. Felizmente, a cicatrização do corte foi ótima. Agora, Francine busca compartilhar a história para evitar que outras mães passem por situações semelhantes. "Que a história do Heitor sirva de alerta e que outros bebês e mães não sofram", finaliza.



O que diz o hospital?

O caso ocorreu no Hospital Geral de Itapevi. Em nota à CRESCER, o hospital enviou o seguinte posicionamento:

"O Hospital Geral de Itapevi lamenta o ocorrido e informa que uma apuração interna está em andamento para analisar o caso. A unidade esclarece que a paciente F.A. foi acolhida na unidade no dia 10 de maio e recebeu os cuidados necessários, conforme protocolo de urgência obstétrica. Todos os esclarecimentos foram prestados à família e foi acompanhada de forma contínua a evolução do quadro clínico.

O Hospital reafirma seu compromisso com a qualidade da assistência, a ética profissional e a transparência, estando à disposição para quaisquer informações adicionais."

Existe risco de cortar o bebê durante a cesárea?

Embora não seja comum, existe, sim, o risco do bebê sofrer um corte durante a cesárea, como o caso de Heitor. "Infelizmente, isso pode acontecer. É um risco inerente ao procedimento. Não é uma situação tão corriqueira, porque, durante a incisão, a gente precisa ter bastante cuidado", afirma Priscilla Frauches, ginecologista e obstetra da Clínica Mantelli, SP.

Segundo ela, a situação ocorre principalmente em casos de cesáreas de emergência. "Ou também caso a gestante esteja em trabalho de parto, a musculatura do útero tende a ficar mais afinada. Se quando passar o bisturi for com uma certa intensidade, pode acontecer essa lesão fetal, isso seja com o próprio corte do bisturi ou então na hora da incisão com a pinça", acrescenta.

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